domingo, 11 de março de 2012

Noite de Natal

(lido no Natal 2011)

Fique de escrever um poema pra falar de amor
Mas só o que consigo pensar é no tempo
No tempo de quando era criança e no tempo de agora
Sei que o tempo é a distância entre um lugar e outro
A distância entre o ser criança e o agora
Mas o tempo mesmo é infinito, igual minha alma
Que quanto mais me aproximo dela, mais amo ela
Amar é diminuir as distâncias, é passar o tempo
Alma infinita, amor infinito
O tempo e o amor, então, são um mesmo plano sempre presentes, que envolve a todos seres.

a emoção do existir

a folha caindo
o bebê dentro da barriga da mãe
os cachorros
o calor do sol
o vento na pele
a lágrima descendo
a família pedalando
música
a leila
a força da vida

Não quero falar de existir, da existencia como um todo. O que quero falar e o que me compete falar é de ser humano. Ver, ouvir, falar, sentir, correr, cheirar... Nos limites que nós temos. Limites implicando uma série de liberdade em combinação. Desejar, dar, aceitar amor e ser desejado, receber e dar amor. Liberdade dentro das limitações do sentir e do fazer. Ser humano, ser completo, ser complexo, ser animado e racional. Até onde está nosso limite, mesmo nesse contexto de vida? Mesmo nessa existencia. Onde pára? Não pára. Ser humano sem limites. Sentir e fazer pra onde? Em qual direção? Até onde? Pra quem? Ao infinito e além.