sábado, 2 de junho de 2007

Essa que me ajuda: Clarice.

Bem, acho que como certa continuidade do post anterior...Escrevo este.
Leio muito Clarice Lispector, me identifico muito. Tenho um amigo que diz que eu sou meio parecida com ela até, meio “louca” como ele diz. Mas sou muito diferente de Clarice. Talvez nossa única coisa em comum é que somos mulheres. Hehe Nem tanto, eu sei, mas parecida com ela também não sou. Ela tem uma certa intensidade no que diz, é tão impressionante, não tem papas na língua, diz, sem medo, sem hesitar, sem se sentir presa e reprimida. Acho lindo o modo que ela escreve e fala. Se expressa de uma forma tão simples, sutil, que se torna tão profundo, tão profundo que é até difícil às vezes de ler e entender. Mas a simplicidade é o que ela quer dizer, é o que penso.
Eu sei que ela mesma diz que não tem certeza absoluta do que diz, mas quando diz (escreve né) é tão confortante. Sinto-me tão mais compreendida, por isso deu me identificar, lógico. Mas é que por séculos eu vou sentindo uma certa coisa, só que com sombras nos pensamentos, e vai ela, e diz exatamente o que sinto, sem sombra alguma, como é confortante isso, muito bom! E não creio que sejam pensamentos generalizados, são pensamentos específicos, em determinadas situações, e que também (como pra ela) fazem muito sentido pra mim.
Clarice esclarece-me.

“Qualquer que tenha sido o crime dele, uma bala bastava, as treze balas significava a vontade de matar”.
“Eu não enfeito, escrevo simples.”

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